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Oportuna Coincidência Bem que a Rodada Doha de Cancún poderia ser a antítese de 11 de setembro... Em mais de 100 países, nos quais atua como organismo de fomento do comércio exterior e estímulo ao intercâmbio entre os povos, a comunidade do World Trade Center lembra com tristeza os atentados ocorridos há dois anos, no 11 de setembro que abalou Nova Iorque e o mundo. As imagens da violência, às quais se somam as dos conflitos do Iraque, da África e entre Israel e Palestina, exigem que os organismos internacionais, governantes, comunidade empresarial e Terceiro Setor multipliquem esforços para a pacificação global neste início do Século XXI. Nesse sentido, o comércio entre as nações e o intercâmbio cultural, científico e tecnológico, além de saudáveis para impulsionar a economia, são canais muito fluidos, desburocratizados e eficientes para o entendimento. Não se pode subestimar o poder do comércio mundial para a superação de diferenças e no estabelecimento de acordos civilizados. As grandes corporações transnacionais não têm bandeiras. São imensas companhias cosmopolitas para as quais as guerras, violência e a discórdia, além do prejuízo moral e humanitário intrínseco, são insensatas sob o ponto de vista da estratégia dos negócios. Para a comunidade econômica e todos os setores produtivos, o desentendimento entre os Estados não é positivo, à medida que retarda investimentos, derruba bolsas, desaquece o consumo, desestimula a indústria, inibe o comércio, encarece os seguros dos fretes internacionais e sinaliza um quadro recessivo. Guy Tozzoli, criador da WTCA (World Trade Center Association) diz ser a pobreza a principal causa de conflitos, enquanto a prosperidade é seu antídoto. No novo cenário global, as relações econômicas equilibradas, a erradicação da miséria, o estímulo ao comércio exterior, uma solução definitiva para os subsídios e barreiras alfandegárias e não alfandegárias e a liberdade comercial como fator de redução das disparidades são temas estreitamente ligados ao anseio de harmonia, cooperação e solidariedade entre os povos. Trata-se de grande responsabilidade da diplomacia econômica e desafio a ser vencido no âmbito da OMC. Nos aspectos humanitário e econômico, são de absurda insensatez os conflitos endêmicos, o radicalismo e a intolerância, caldos de cultura de atentados como os de 11 de setembro, guerras e beligerância permanente entre povos. Que preço a humanidade ainda terá de pagar para seguir na busca de um mundo sem miséria, sem disparidades superlativas e capaz de promover a inclusão de milhões e milhões de pessoas hoje à margem dos benefícios da economia e, portanto, suscetíveis à violência, a toda sorte de risco social e à retórica do radicalismo, do terrorismo e do ódio? É preciso muito empenho diplomático, nos campos da política e economia, em torno dos pontos geradores de conflito e discórdia. Tudo isso deve ser considerado na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Cancún, no México, que discute a crucial e delicada questão dos subsídios e barreiras protecionistas. A coincidência do encontro com o transcurso dos dois anos da tragédia do WTC de Nova Iorque poderá contribuir muito para a reflexão sobre a importância da prosperidade mais equânime dos povos como fator de construção de uma paz duradoura. |
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