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O Empreendorismo no Brasil O sucesso que empreendedores e pequenas empresas vem obtendo no mundo todo, inversamente às dificuldades e fracassos das grandes corporações, exige uma revisão dos conceitos e práticas da administração moderna. E esta reflexão deve se iniciar pelas Universidades, que até agora apenas prepararam empregados para grandes empresas inibindo o espírito empreendedor. Deve atingir e influenciar, também, as novas políticas empresariais, bem como as diretrizes econômicas dos nossos governos. A fragmentação do mercado acompanhada de rápidas mudanças tecnológicas e o apelo para a qualidade total provocaram transformações na economia de escala da maioria dos países. Nos Estados Unidos, as pequenas e médias empresas criaram 5,8 milhões de empregos entre 1987 e 1992, enquanto as grandes registraram uma perda de 2,5 milhões de empregos. E, guardadas as proporções da nossa situação sócio-econômica, fenômeno idêntico vem ocorrendo no Brasil. Um rápido exame das origens e razões do fracasso de muitas das grandes organizações, tidos como verdadeiros e indestrutíveis impérios, nos conduz ao entendimento daquilo que podem ser as oportunidades e vantagens para a pequena empresa. E isto é especialmente válido diante da possibilidade de uma retomada da economia brasileira. É evidente que alguns setores, como automobilístico e petroquímico, ainda exigem escala. Portanto, são áreas grandes. Mas, na maioria dos outros, as oportunidades para as pequenas existem e tendem a crescer. Uma das primeiras vantagens que a pequena empresa possui, e deve tomar muito cuidado para não perdê-la é a agilidade no processo decisório. Ela ocorre por ter uma unidade de poder mais claramente definida, estrutura enxuta, proximidade com o cliente, relacionamento com os fornecedores e forte comprometimento dos acionistas. A segunda é o fato de poder definir claramente sua vocação e concentrar-se nela. Isto facilita alocação de recursos e esforços. Com a tendência de haver maior facilidade de acesso aos créditos e tecnologias, além da redução dos custos e equipamentos, também aí reside uma oportunidade para o pequeno empresário. Seus custos podem ser dimensionados com maior facilidade, o que lhe dá uma grande vantagem competitiva. É evidente que todas estas vantagens competitivas das pequenas empresas vai depender, e muito, da capacidade que o empreendedor tenha de compreender que, em algum momento, ele deve tornar-se um empresário. E nem todo empreendedor torna-se um empresário no verdadeiro sentido da palavra. O que diferencia um empresário daquele que apenas cria um negócio, é sua capacidade de gerar valores para perpetuar sua empresa. E esta capacidade vai depender de buscar e aceitar ajuda que complemente suas deficiências e limitações. Ao iniciar um empreendimento, existe uma verdadeira relação visceral entre o criador e sua obra. Dar a ela continuidade exige a capacidade de desprender-se da criatura (empresa), permitindo maior participação dos demais, de forma que a empresa tenha vida própria. Ou seja, o empresário deve continuar funcionando como mentor do empreendimento, mas evitar qualquer situação de dependência. Somente assim poderá conseguir lealdade e espírito inovador. A economia brasileira necessita da participação dos empreendedores que estão criando pequenas empresas. E estes devem estar atentos à importância do seu papel, não apenas atual, mas principalmente em relação ao futuro dos seus negócios e do sucesso do país do ponto de vista sócio-econômico. |
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